segunda-feira, 23 de maio de 2011

Conhecer o Universo para conhecer a nós mesmos - Matias De Stefano (Ater Tumti)

Meu nome é Matias Gustavo De Stefano. Nasci em Agosto de 1987, em Venado Tuerto, Argentina.
Sou uma dessas tantas crianças novas que nasceram a partir deste ano para trazer e ancorar a nova consciencia, como um dos muitos trabalhadores, organizadores e guias desse começo de era, desta transição que estamos todos vivendo. Como meu trabalho é guiar as almas que não estão ainda equilibradas na Terra, meus guias e eu determinamos que tudo o que se faça na Terra, que seja relacionado com a Educação. Mas a forma e o conteúdo da educação de hoje, arcaica e menos ainda integrativa, me levou a deixar meus estudos de Psicopedagogia e iniciar com a educação social daquilo que as pessoas mais precisam: organizar suas verdades. Desde os 6 anos que tenho lembranças de passados muito remotos dentro no tempo e no não-tempo e nunca soube bem para o que serviam, pois muitos falavam deste tema e com muito mais detalhes do que eu poderia ter. Apesar disso, ao começar a falar aos outros do que eu recordava, aos 17 anos, percebi que muitíssimas pessoas estudiosas ou relacionadas a temas universais, faziam perguntas muito simples, com dúvidas em questões muito simples, desde o que era a 4ª dimensão, qual a diferença entre espírito e alma, bases que muitas pessoas, mesmo lendo grandes canalizadores atuais, não conseguiam ainda entender. Então compreendi porque meus guias me permitiam recordar, à minha maneira, tudo aquilo que rodeava minha cabeça desde a infância... Agora eu decidi trazer estas questões para um pequeno livro, de modo a ajudar a organizar todas estas verdades.


Las Claves de After Tumti 2010 Conferencia











Eu pensei este livro ser adequado para expor os textos que apresento a seguir. Estes são trechos de dois livros que eu vinha escrevendo na minha adolescência e que nunca publiquei. Ambos falam da origem do Universo e algumas leves descrições do que eu lembrava. Aos 12 anos, quando comecei a lembrar, me senti chamado a escrever em forma de literatura de ficção todas as minhas memórias. O primeiro livro se chamou “A Grande Herança” que tempos depois eu modifiquei e dividi em dois livros diferentes. Os trechos a seguir foram extraídos dos livros: “Primeiras Memórias” e “Ghan Arsayan”; escrevi o primeiro entre meus 14 e 16 anos, e o segundo aos 19 anos, com a intenção de ser o prólogo para o resto dos livros que escrevi (nenhum publicado). Entre eles, há um fragmento escrito em outra língua e tradução (e o trecho a seguir, todo em itálico), que escrevi aos meus 13 anos, data em que comecei a lembrar os princípios... E é desses fragmentos e deste livro que quero lhes falar... sobre os princípios e a formação de tudo o que conhecemos...
MATIAS DE STEFANO -Ibiza- Abril 2011

Primeiras Memórias
“Wunapei” - Os Princípios

Fragmento: "Primeiras Memórias"

“… Os sons se enfureciam fora de mim. Um profundo zumbido tocava minha existencia deixando meu corpo distante. Meus olhos temiam se abrir diante dos ruídos assustadores, senhores de tudo. De repente senti uma presença suave, e pelo seu som pensei que devia ver, verbo aparentemente estranho, um medo dentro de mim me impedia de reconhecê-lo, selavam minhas janelas, mas contra minha vontade vi, posto que nada existia para que eu fechasse os olhos, meus olhos não existiam, lembrança essa que me fez sentir a morte, foi apenas um sonho sem explicação, sem lógica nenhuma ao meu redor. Sentia meu corpo, mas não o via, sentia a princípio a sensação de flutuar e ao me virar, eu a vi. Uma luz incandescente, de mil cores, iluminação misteriosa, terna e maravilhosa ao meu redor, mas não só em mim. Meus recém treinados olhos para a Realidade não só me permitiam ver a beleza que me rodeava, mas também podia ver outros como eu, não sei como, mas podia ver e sentir eles se movendo. Meus olhos não podiam ver tudo o que me rodeava e parecia que queriam se abrir de lado a lado, mas não conseguia, e aquela estranha sensação apareceu. Envolvido na emoção e na excitação pelo novo, eu estava cansado. Eu olhei para a escuridão e adormeci. Não tenho certeza do tempo que passou, mas ao acordar vi tudo com melhores olhos, e uma maravilhosa luz móvel deixou meu ser expectante. Eram milhares, milhões e bilhões de seres como eu, e todos iam para a Grande Luz. Já posso dizer que, por mais que eu me esforce, não há palavras, no idioma humano, que explique com detalhes, a grandeza e a maravilha que os olhos celestiais podem ver no Universo. Toda essa novidade me dava certo temor, mas não podia permanecer eternamente naquele lugar onde havia aberto os lhos pela primeira vez, além do mais, algo me impulsionava a me levantar, uma espécie de força, talvez habitada no todo e que nos fazia ter forças estranhas sobre o por que das coisas, e foi isso que me levou a ir para o Nada a um outro ser sem noção como se eu caminhasse junto com a onda, como que seguindo a corrente. Não hesitei em me aproximar e pela primeira vez senti algo muito estranho... o gratificante sentir outro ser como eu, poder me comunicar, embora não sabendo como, mas saiam de mim essas energias que permitiram que o outro girasse sobre si mesmo e respondesse às minhas questões.

- O que acontece? Aonde vão todos?
- Ouvimos que o Grande Ser nos chama, devemos todos ir; tu vem comigo - respondeu.

Eu segurei em sua mão e não soltei, com ele eu me sentia extraordinariamente bem, e percebi, ao tocá-lo, foi o seu ser que, antes de meus olhos se abrirem, senti roçar meu corpo de energia, como se fosse dois em um. A partir do horizonte negro era sentida uma forte onda, um ruído ensurdecedor que abalava tudo em seu caminho. No final estávamos todos chegando, e a luz nos envolvia como um lindo manto grosso de inverno. Entre o vento e a rocha que nos rodeava, trilhávamos um espaço puro e tranqüilo, iluminado pelo Grande Sol. De repente todos nós nos espantamos ao ver uma enorme onda sair de sua superfície dourada e branca, de terna e suave luz que iluminou um dos muitos como eu, que cresceu de tamanho indescritivelmente, milhares de vezes, envolvendo-se e transformando-se em mais luz; era a Luz Branca. Deu um passo a frente e sorriu e finalmente pronunciou suas primeiras palavras diante da multidão que esperava:

- Agradeço a enorme honra que agora sinto. Sou o "Portador da Palavra do Todo", e seu sentir, de minha boca sai sob a forma de palavra. Ele diz que aqui nossa casa será construída, junto à sua mão, e desejando a cada um criar seu pedaço de lar. Nosso lar vai crescer passo a passo, expandindo-se e conectando com aqueles que dentro dos limites podem ver e ouvir, retrocedendo. Hoje será dada a cada um de vós uma função, que ao exercê-la, transformarão aquele monstro, criando o "Universo".

Em um instante, a mesma luz tocou a todos nós, e novamente voltei a dormir perdendo de vista e de tato a outra alma, mas como se nada tivesse acontecido. Não sei quanto tempo passou, mas o dia em que o ver de novo, e sentir a voz daquele mensageiro do Todo, saberei por que eu estava lá. Sua voz pronunciou um nome, o meu: - "Ghan", escutei imponente, "o Todo me disse que voce será uma das almas que terá em sua mente a honra de lembrar de tudo, a história será teu ser e os anos, para ti, serão como segundos".

Foi aí que meus olhos pareciam estourar. Tudo girava, e uma luz incandescia meus olhos. As milhares de rochas que me rodeavam começaram a brilhar como pequenos pontos de luz que passavam por mim numa velocidade imensurável; e toda essa sensação de velocidade que eu senti por um instante, se transformaram em um vazio negro e profundo, no mesmo lugar onde fiquei parado, incapaz de mover, a não ser os olhos. Em minha cabeça, uma voz muda começou a me contar uma história, a história da origem..."
- Olhe para frente -, pressenti essa voz., diga-me o que voce vê.
- Vejo tudo escuro, não consigo ver nada, como se estivesse cego.
- Não pode estar, pois a cegueira não existe. Tudo ao teu redor é energia, a energia mais estranha de todas, e única; quando um raio de luz a atravessa, não é mais a mesma; que é uma 'imaginação', pois com nossa presença, deixaria de ser a mesma. Estamos no que é chamado 'Ptnishal', o inconfundível, único e irrepetível 'Nada'.

Nesse momento senti um estranho calafrio, que se expandia por todo meu ser como um espécie de medo, respeito e admiração.
- Olhe lá para baixo e me descreva o que voce vê.
- O Nada, vejo tudo escu... espere um momento... vejo chispas se propagando em círculos; o que é isso?
- Isso é o fim do Nada. Eu não posso levar voce onde reagiu nem te dizer em que ponto aconteceu, mas o que sabemos é que aconteceu, e essa reação em cadeia de uma energia 100% neutra, criou uma nova que a partir de hoje começou a vibrar e a variar em centenas de formas. Nunca se separavam e essa união comprimida de energias vibrantes agora, formaram uma grande energia, a Grande Energia, o núcleo vibratório maior de todos, o nascimento do 'Todo'.

Naquele momento, dando uma volta pelo ex-Nada, este sussurrar em minha mente me contou sobre as primeiras energias, que mais tarde eu vi e as observava com certo desejo. Disse que no primeiro momento, vibrou uma das mais fortes energias que pode ter sido criada, que fez tremer o Nada como se estivesse nu em pleno inverno.
Suas reações provocaram certa combinação forçada com as outras comprimidas, e tornou-se a essência de tudo, o núcleo do grande miolo, que após o recebimento dos dons desta vibração, cresceu e cresceu, alimentando-se da mesma, e movendo os outros em seu ambiente.
- Voce quer sentir de perto essa energia?, me perguntou a voz.
- Tenho certo receio, mas há algo estranho em mim que me leva a fazer tudo o que voce me diz, respondi.
- Essa é outra das vibrações que envolveu voce em seu nascimento, mas este momento que vemos é que no teu sentir não havia nascido ainda. Sua frase, se não me engano, responde com um sim.
Então, comecei a me mover involuntariamente à minha direita, para um lugar estranho, mas quando cheguei, senti um golpe no meu peito. Um espasmo interior, um arrepio subia pela minha garganta e relaxava minha mente. Comecei a vibrar e a brilhar, era incrível, tudo em mim estava em pleno movimento, e um sorriso, seguido por uma grande gargalhada me fez sentir algo precioso, e a partir desse momento ficou um sorriso largo em todo o meu ser para tudo e para todos.
- O que foi este espetáculo? perguntei, alucinado e relaxado, completamente cheio de Graça.
- Isto foi uma grande vibração, uma grande sensação, a energia do Todo, calma e reconfortante, que te mantém em puro equilíbrio com toda a criação, chamada Amor.





Fragmento: "A Grande Herança"
“Tulïs Saldye”

“…Tokha kolnna wpun plybun ixe h́elile ton xarïs lion, múa ïs plev, noge ei noge lablïsu, eisednna syy alub: “Der soh́” sarwe, yur bakub h́e eitulïs gadaþ, enainu, sheu yurey lahnun nir, batrô, sheu nir yur lahnendu. Enän, torur selun lahya, nifya, kei manya næ lahnindu, ianté sekhur þte. Ban tathi nus kei lah sotîri yu baskun kei lombun, adei sekhyeen nus, h́avsir ide sarwe sobub yonkh prumunvu: .”

"Eu acho que deveria começar a contar esta história de modo racional, mas não sei como, o que me leva para aquela tão famosa frase, repetida de geração em geração, que haviam me dito de um lugar onde o tempo transcorria e que dizia: "Era uma vez" um Anjo que andava sozinho pelo vasto universo, triste, sem ninguém para amar, e, portanto, incapaz de ser amado. Então ele pensou em criar amor, beleza e inteligência que pudesse amar, proteger, e que o amasse, e criou a matéria. Por seus esforços e amor por ter algo para proteger e ensinar e os seres de suas criações, sentiram que este anjo solitário possuía a honra de ter um nome: Deus".

"Meu nome é Ghan, sou um ser, percorrendo o vasto universo que me rodeia. Olho em minha volta, e vejo escuridão, mas nessa escuridão, há milhões de luzes, e apesar de caminhar sozinho por estes caminhos, ao suspirar olho ao meu redor e sei em meu coração que não estou só; em cada luz não cintilante desse grande sistema, há vida. E amo essa vida, há coisas tão incríveis e desiguais nelas que chamaria a atenção até do mais frívolo dos seres. Ao caminhar me encontro com grandes, imensas nuvens de cor roxa, amarela, laranja, centenas de cores, que flutuam como eu; é a Fonte, a forma mais bela criada, são nuvens de esperança, da 'criação', a palavra já diz tudo. Gosto de sentar na essência do espaço e ficar muito tempo vendo a criação destas maravilhas..."


Fragmento: "Ghan Arsayan"

Às vezes acreditamos que temos as coisas claras, que o universo funciona realmente como nós acreditamos ou nos ensinaram e contaram, mas eu digo... nunca acredite em nada, porque nada existe realmente. Não se assustem, almas irmãs, não falo transbordando de minha boca a maior calúnia de todos os tempos; existimos, claro, mas não da maneira como acreditamos e a única forma de ouvir estas mentiras é descobrir as verdades, é ouvindo e olhando para todas, absolutamente todas, as histórias que existem no universo.

É um trabalho árduo, não é? Há seres que estão aí para isso, não se preocupem, irmãs; mas eu deixarei uma mensagem, uma mensagem que aprendi na minha vida, na minha essência, caminhos que irão lhes mostrar como encontrar o seu dentro da história irreal, assim eu vou contar a minha...
Todo mundo se perguntou, alguma vez, de onde viemos? Por que viemos? E para onde estamos indo? Eu sustento a visão de que estas respostas se encontram na simples pergunta: onde estamos e quem somos nós?

Nós, nascidos mesmo do nascimento, somos o nascimento mesmo, pois cada parte de nossa essência corresponde a cada parte do universo, e o universo é nós mesmos e nosso ambiente. É em nós e no âmbito que nós nos formamos e completamos, que se desenvolvem as grandes verdades, que são nossas e formam a Verdade. Estas verdades têm o nome de História, e são as que, passo a passo da nossa existência, formam as chaves de nosso karma, nosso caminho percorrido, o caminho que caminhamos, e os caminhos que vem após o horizonte. Tenho visto milhares de realidades, centenas de universos e existências, e é por isso que posso falar que a humana é uma das mais complexas existências, que em essência se vale de tudo o que há dentro das verdades confusas. Poderia dizer que é o prolongamento dos sentidos da grande Luz central brilhando em um concentrado ciclo por trás dos limiares da matéria. Eu nunca ouvi falar da matéria em meus primeiros dias, pois eu vivia nos espaços do não-tempo e do não-espaço, um lugar em que não há lugar e onde tudo, inclusive a mais sinistra escuridão, é Pura Luz Divina.

Minha casa, meu ninho, era aquele cordão inexistente que alguns chamam de: Matriz. Tentem imaginar... um lugar tão grande que nem sequer pode ser considerado como real, algo ilimitado, sem fim, algo de que todos, de certa forma, dependemos... Algo que sobrevive a todas as existências, às luzes, até mesmo a... uma enorme espiral da qual voce é parte formando todos os confins inimagináveis. Todos nos movemos nele, porque somos ele, os ramos em que o grande deus universal se alimenta e recria sua essência troncal e suas incontáveis raízes que crescem de uma luz lateral, em que liga sua fortaleza com as demais raízes universais. Ali sobre os ramos que, em simbiose, sustentam a Grande Fonte nutridora das folhas do espaço, estamos todos nós, absolutamente todos nós, que a formam. Essa é a nossa casa, da qual nos distanciamos várias vezes em nossa vida, essência da própria existencia, que é tão sutil, que parece não existir. Minhas histórias, artigos desta espiral, meu lar, o mundo onde vi todas as realidades plasmadas nas minhas lembranças. Em meus caminhos transitava as verdades de todos os seres, as ações e as funções das existências e suas essências.

Eu me regozijava nas luzes do Divino, do universo, atravessando a Fonte e os lados mais escuros e as trevas, onde eu ainda podia ver a luz. Meu trabalho naqueles espaços amplos, infinitos, era o de enviar, através de meu ser, a maior quantidade de informação que minha essência pudesse suportar ao passar, e assim todos poder residir no grande círculo da Memória Universal, o anel da Fonte, onde tudo, sem restrições de tempo e de espaço, se registrava o ocorrido, o existente e o que havia por ocorrer, em detrimento do linear, transmutando sua essência infinita e enchendo a Fonte de tanta vida que conseguia, assim, abastecer cada parte daquela grande árvore que balançava suas folhas para baixo, de lado, ligando suas raízes até o infinito.

Todas aquelas experiencias vivam em minha essência, porque eu era ser daquele Ser, célula daquele corpo, e como tal, continha em mim a mesma informação que havia em seu conjunto, e por mim isso passava; e tudo isso que, em meu caminho, expedia como oxigênio exalado dos pulmões de um ser em um mundo de ar. Na periferia do grande círculo da Informação, a Grande Biblioteca, jazia o berço da vida real, os ninhos onde nasciam as Almas que viveriam no universo. Elas esperavam ansiosas pelo momento em que sua precária forma lumínica e espectral fossem chamadas para formar parte da Vida que nos faz aprender. Eram milhares de grupos que eu via, ao passar, indiferentes, sem experiência alguma, sem ânimo nem expectativas, porque não haviam sido preparadas para lidar, em seu interior, tais coisas. Em meu caminho, nesses campos, se é que se podia chamar assim, com minha presença mostrava vestígios camuflados e as coisas simples que eu via mais além ou que portava comigo.

Desta forma era como contar histórias, sem esperar ter um sentido, às vezes eram simples cálculos, ou visões, estruturas moleculares ou arquitetônicas, imagens, lembranças soltas, como sonhos ou desejos, mas ninguém esperava uma boa história aqui, mas apenas ver ou ouvir ou sentir pequenos vestígios de tudo o que iria encontrar, em algum ponto, na grande existencia ao se mover pela invisível e incalculável Matriz.

Como toda espiral, seus movimentos nos levavam a um frenesi sem fim e nos transportava de um lugar a outro, mas apenas aqueles que estavam cientes de sua presença tão forte e sutil, é que podiam apreciar este movimento ciclônico. Para muitos, esse zumbido era eletricidade, ou ao contrário, era substância inerte, ou estática, ou ausência, assim como a Supremacia da Luz na Fonte, era Ser e Não-Ser no Tempo e no Não-Tempo em um Espaço Não-Espacial. Em cada movimento, nós, os seres da Matriz Viva, viajávamos pelas luzes para novos mundos universais, novos lugares, essências e existências, e eu, eu fui além do que sempre percorria. Os conjuntos galáticos dançavam ao meu redor na forma material, mas como fantasmas sem forma que ao longe brilhavam entre a luz que mais ninguém via. Milhões de pessoas percorriam aqueles lugares, mas era a primeira vez que eu entrava neles, do Lado Material precioso, o limiar que me levava para as mais baixas dimensões... 10ª, 5ª, 2ª, 8ª, todas as dimensões que acendiam da Matéria deste lado. Como a energia de um ímã, fui atraído para os espaços das dimensões que compõem os primeiros planos até o 12°, se bem me lembro, galáxias que se moviam entre a 2ª e a 8ª dimensão material.

Os planetas eram simples em sua maioria, assim como as estrelas e as novas que se fechavam em torno deles. As espirais eram normais, havia uma ordem estabelecida. Mas havia forças que permeavam meu ser que me mostraram existências e realidades tão complexas quanto se pode encontrar em todo o universo. Eram mundos de 7ª, 6ª, 5ª, 4ª e 3ª dimensões, sobretudo das primeiras nomeadas. Mas não tardou muito para acontecer por razões que tanto arquivávamos e enviávamos para o Centro, todo o sistema pareceu derramar sua essência na importância de uma única dimensão, pelo menos o que eu sentia em minha presença, uma das mais baixas e complexas delas, das quais, de alguma forma, fiquei animado e esperançoso... a 3ª Dimensão.

Eu me envolvi na sua essência e havia me tornado parte de sua existencia ao voltar e tornar a voltar para observar este mundo tão complexo. Nunca pude imaginar algo tão estranho, tão único, algo espetacularmente visível e palpável. Por incrível que pareça me vi envolvido em cores que simplesmente não existiam, mas que pertenciam e compartilhavam e conviviam com outras essências tão densas que me era difícil compreender, algo tão peculiar que não era feito para o entendimento de minha existencia.

Essências com essências que formavam mais essências que eram afetadas por essências, tornando-se novas, e que impediam de se relacionar mais estreitamente com as irmãs das essências primordiais em sua maior essencialidade... difícil de compreender, mas isso é porque suas palavras, seu autor e leitor, são compostos de várias essências... Os caminhos de que eu falava, não existiam para mim, me aproximava deles de forma única, como uma ronda, que reunia os materiais e achei difícil me aderir a eles diretamente, consistia em grande preparação e meditação, grandes provas e julgamentos próprios e exteriores, era tão complexamente complicado para eu me “comunicar” com os materiais, que eu só poderia aprender seus sucessos e realidades através dos grandes seres da galáxia.

Seres, Espíritos em viagem, Deuses da natureza, deuses estelares e planetários. Observadores, Guardiões, Mensageiros, Deuses Menores, Ascensos, e por vezes, nem mesmo os confundidos espíritos álmicos, os fantasmas, me completavam de conversas. Mas, quem mais me aproximaram dos seres destes mundos, seres apenas móveis, coloridos, em um mundo cada vez mais quente, sólido e emissor de gases, com seres que corriam por suas superfícies de modo diabólico, astral, confuso, rude, seres observados e analisados em detalhe pelos espíritos encarnados, aqueles que me ajudaram a compreender os outros, de outros mundos, mundos não jovens com os quais era mais fácil “falar”. Eles, dos distantes aglomerados de estrelas e outros Sóis, me levaram a compreender este novo mundo. Eu me afastava das histórias do resto de meu universo, de meus campos de ação e começava a me preparar para este extraordinário hemisfério universal.

Várias raças estavam presentes em contribuição e na análise destes territórios estelares, bem como seres espirituais se aproximavam para realizar transformações e ascensões na matéria. Anjos eram chamados e os seres de energia rondavam os becos materiais. As luzes também se acercavam, bem como outros mundos, mundos móveis, que viajavam para formar os outros sistemas terceiros e quartos. Seres de outras dimensões caiam ali, inerentes à mudança, vestígios de meus mundos de lembranças, lembranças de outra existencia da galáxia que paralelamente viviam com a regeneração de seu antigo mundo. Sonegados pelos seres de outros mundos, continuavam com suas idades por trás dos portais dimensionais... Elfos, Duendes, Hobbits, Dragões, Fadas, Ogros, magos e tantas outras existências que permeavam as criaturas do mundo. Similares a eles, alguns dos quais vieram de muito longe, de outros mundos e estrelas, semelhantes devido à sua história galática, presenciavam na matéria azulada a semelhança de seus antepassados quase etéricos.

Pouco a pouco eu fui adentrando nestes mundos deste lado e me aproximando dos seres que os habitavam. Suas terras mudavam. Um mundo que em um momento se tornou um mundo de água. As chuvas que enchiam os barris convertendo-os em um enorme oceano, impulsionado pelos deuses menores e deuses da natureza junto aos seres que os formam, sob as diretrizes do Supremo, em ordem do Sol, regido por Sírius, impulsionaram o que eles chamam aqui como, da mesma forma que os raios do sol criavam ondas nas paredes de energia, fisicamente falando, como uma pedra em um lago cria ondas até os confins do mesmo. O tempo, que afetava a realidade multi-essencial, produz o movimento de inércia na matéria, mobilizando seus pontos de energia, incitando-os a ir mais ligeiramente para a superfície e profundidades. Logo se criaram os grandes continentes de terras que se uniam ao passar pelos oceanos. Com a origem de todas as terras já unidas, novos seres vieram dos confins do espaço para analisar, investigar e proteger os seres, as bestas que haviam surgido dos organismos mais elementais. Eu, que passava por todos os pontos do universo com grande interesse, não pude deixar de testemunhar o que se passou aqui, embora, por não ser onipresente, era difícil pra mim saber o que acontecia em todos os lados, e de vez em quando, devia me inteirar dos períodos de ausência perguntando aos outros de minha casa um resumo do que aconteceu, resumos que foram, por vezes, difíceis de compreender. Chegou a época em que o mundo azulado começou a ser hospedaria, base e inclusive a casa de vários seres externos e alienígenas, que experimentavam, provinham e viviam deste e com este mundo. Os seres, chamados aqui como almas penadas, juntamente com os imóveis vegetais, tanto se aperfeiçoaram e se diversificaram devido às adversidades das múltiplas evoluções, que chegou ao ponto que mesmo os seres extraterrestres chegaram a compreender que este mundo não era uma simples base, uma simples hospedaria, ou um simples lar, mas era muito mais que isso. Eu soube quase ao mesmo tempo que eles, que este mundo tinha um plano, que em si já sabia, mas não sabia que nesse exato momento o plano estava a ser gerado. Seres astrais, solares, átmicos, cósmicos, búdicos, dimensionais, deuses, anjos, arcanjos, pleyadianos, veganos, sirianos, andronianos, energias vermelhas e laranjas, espíritos, canais da Fonte, túneis de Hish, antianos, almas, hahis, canais de Rabal, entre muitos outros, vieram ara este mundo em crescimento e floração.

As energias impulsionavam tudo, assim como a chuva rega as plantas para fazê-las crescer. O tempo proporcionava a evolução e as mudanças, e todos os seres dos mundos etéreos começaram a trabalhar sobre as existências deste mundo impulsionando o grande projeto. Os extraterrestres vigiavam e se uniam aos complexos seres do mundo azul. Muito aconteceu naqueles tempos. Criações, por parte dos etéreos e dos forasteiros, projetos ou atrocidades, todos, em certa forma, cumpriam o Plano Divino da Fonte. Nem uns nem outros foram os criadores ou pais da grandiosidade que se dispersava agora pelo mundo, mas simplesmente vieram como fertilizantes, e a chuva fez crescer a semente, que já continha em si mesma, todos os potenciais nesse pequeno espaço confinado. Uns ajudavam a enraizá-las, outros impulsionavam seus rebentos e ramos, e outros permitiam florescer protegendo suas frágeis pétalas, cobrindo-os de pragas externas, muitas vezes internas, do frio das noites e do calor dos dias.

Este mundo não era como outro qualquer, era, como uma vez havia sido nomeado, a Pérola Azul, luz e esperança de milhões de seres álmicos que podiam ver, pouco a pouco, aconchegar-se acompanhados pelos Grandes, a espera de fazer aquilo algo surpreendente, belo, maravilhoso e iluminado, como jamais poderia ser imaginado: nascer e viver. Dia após dia, mês após mês, anos após anos, décadas, séculos e milênios passavam em que eu, cada vez mais dedicado, voltado para os seres que começavam a complicar as coisas e sua história. Rabal(*) havia feito um grande trabalho e as mentes de outras raças se uniram àquela de estranho aspecto.

Eram eles, uns das raças dos anjos, quem haviam dotado de tal maneira estranha e bela, os seres prediletos deste mundo, primos astrais dos vizinhos extraterrenos fundadores desta nova gente e sua civilização. Quando eu fui apresentado para os meus sentidos, também foi dito às almas nos campos em que habitavam, todas esperavam chegar a viver aquela situação, aquelas vidas que eu via, que se tornariam os protagonistas dessas histórias.

Para mim, cada segundo que passei ali, se fazia peculiar, tão peculiar que foi, pois, como um chamado, eu devia estar ali, estar presente naquela terra e naquela história, ser parte de sua essência e seguir seu caminho salvador, voluntário, em prol do trabalho da Fonte...
Lembrei-me de tudo o que havia passado em sua superfície e em seus mundos intraterrenos, e mais eu me apaixonava de tudo o que ao seu redor se falsificava, era naquela época, mais um dentre todos aqueles seres que girava em torno de si e penetrava pela força de sua luz e gravidade. No entanto, eu nunca teria pensado que tudo o que eu ansiava em minhas longas viagens, estava cada vez mais próximo, quase, mesmo, dentro de mim, e não tardaria a fazer-se em mim.

Fui chamado, na época, onde os sonhos rondam, e depois de ver tantas histórias, me ofereci para estar mais perto do que jamais pude imaginar. Difícil foi a minha escolha, embora eu estivesse envolvido em um destino que me guiava para a vida, era meu momento, era meu dever.
Guiado por tantos seres que cruzavam meu caminho, reuni com meus irmãos astrais e fui informado sobre tudo, desde que o primeiro momento foi aceito. Eu conheci pessoas que deveria conhecer, que deveria compartilhar e a quem deveria ajudar e ensinar, assim como eles para comigo também. Tudo era tão novo e comecei a conhecer a ilusão na flor da pele... embora não tivesse.

Foi desta maneira que surpreendetemente me desprendi do que eu era na realidade, e pouco a pouco emergi numa realidade muito diferente da minha, plena de cores, sentimentos, sensações, pensamentos, crenças e ações que me encaminhavam para o caminho mais forçado da evolução, o mais rápido enquanto aprendizagem material. Eu, como muitos outros, éramos voluntários solicitados à consciência para oferecer ajuda aos seres que habitavam este mundo.

A Pérola Azul... esfera do universo ínfimo da matéria, precioso tesouro do Divino, lugar de todos que convergem ao Todo, vórtice da constelação de Centauro, a última esperança de todas as raças, que circundavam a espiral galática de Sírius. Era para isso que me dirigia, o lugar que todos falavam... e desta vez seria protagonista de uma de minhas infinitas histórias. A luz se abria diante de meus olhos; os anjos foram os que em sua silhueta violácea, se aproximavam de nós para dar forma às nossas almas concedidas. Eu nunca tinha tido uma alma, pois eu era energia espiritual, e não mais do que isso, eu nunca havia obtido nenhum outro corpo etéreo, e estas energias eram puro sentimento, aquilo que nos prendia à matéria como as pontes unem as diferentes margens de um enorme rio. Todos, aproveitando as energias que entravam por todos os lados, nos impulsionamos ao mundo. Mundo que eu tanto havia visto por um curto momento, que ali pareceu ser eterno, apropriado e devastador para as eras, descobri-lo irreconhecível, nublado, envolto em neblina e densidade, mesmo de luz e etérica.

Deveríamos, por assim dizer, colaborar na salvação deste mundo. Embora esta palavra.... salvação... era para mim mais uma forma humana e religiosa; pelo contrário, nosso trabalho consistia na regeneração, na ascensão, na purificação deste organismo, permitindo-lhe voltar a respirar e viver... Milhões de nós nos aproximamos e depois de longas conversas com os Grandes, fomos definitiva e ansiosamente, enviados para a vida. Compreendi, aprendi, nasci, cresci, aprendi e continuei fazendo isso, dia a dia, pelo resto de minha vida. Tudo era confuso e turvo, tal e qual eu havia visto e imaginado. Era brusco e dificil, cruel, mas muitas vezes doce, agradável.

No terreno mundano as realidades se confundem e não se sabe diferenciá-las das demais. A memória não nos permite ser objetivos e as experiencias nos limitam a fazer verdadeiros julgamentos. A certeza se perde e se chega ao desespero mediante a insegurança e a dúvida.
Eu não deveria cegar da mesma maneira que todos ao meu redor, eu era fiel à minha tarefa assim como meu nome portava este contrato feito em outro tempo... Deus sabe quando, pois eu perdi a noção do Tempo... Foi por estas razões que muito jovem comecei a tentar lembrar de uma maneira muito humana tudo aquilo que por ser minha real natureza, me vinha em pensamento, pela graça de que eu tinha que fazer isso para levar estes tempos. Lembrei-me então, anotando, usando palavras e desenhos, criando orações, contos, histórias e memórias, que unidas, criavam o que aqui chamam livro.

Os livros que eu escrevia com grande devoção e dedicação, estranhamente pela chamada intuição, formavam um grande livro, onde eu coloquei todas as minhas memórias soltas. Desde as escritas mais grosseiras, por ser um jovem animal racional, até as produções com intenções litarárias, que dentro de mim, luz inerte, do coração material, sentia, era para relembrar nos outros, que enfim eram também próprios, os fatos que nos ajudam a ser e os que nos fazem ser, de uma forma não tão explicativa, cientifica, espiritual nem informativa, mas com o coração.

Tudo é um ciclo que não possui nem uniões, nem fios, nem cortes, nem fins, todas as histórias, ou seja, as realidades temporoespaciais e as atemporoespaciais, se ligam entre si e se sucedem umas às outras sem uma precisa ordem lógica, mas simplesmente dentro de uma ordem cósmica, onde tudo está inteiramente ralacionado, cada fato, circunstancia, desejo, vida, pensamento e portanto, aqui, todos nós. Esta história longa que eu apresento, é a história da minha história dentro da História comum que compartilhamos. Ou seja, destina-se a imitar o que é real, o cosmos que é existente, o proprio cosmos... E é da mesma maneira que meus textos devem ser lidos, da mesma maneira que eu contava os contos para as Almas, numa ordem desordenada, e que não sou eu que escolhe a forma de olhar ou tomar a história narrada, mas ao ler é preciso entender que não há principio nem fim, mas a continuidade universal, cedo ou tarde nos mostra como até mesmo as mínimas e absurdas palavras adolescentes, faz sentido neste cenário em que todos nós somos parte importante.

Hoje falo da vida, os seres de luz, com palavras limitantes e eu digo que minha história é a sua história, que eu vivo o que voces e voces o que eu, em diferentes níveis da razão e da consciência, manchados de matéria. Meu caminho é um sinal de que há múltiplos destes, e que mostra um caminho muito pessoal toda minha verdadeira vida, desde o livro que me assemelha pela memória turva. Minhas palavras não têm apenas a intenção de me mostrar, mas um dever de lembrar, dever de tentar introduzir voces mesmos nas várias realidades, a partir da minha. E façam-se me ouvir, almas irmãs, eu bem disse, que a História não é história se nenhum de nós está consciente de que compartilhamos a interação plena com os outros, e é por essa razão que minha história está incompleta, porque falta a sua.

Abro meus braços para as suas palavras, porque elas também são as minhas. Gostaria de ver que depois de ler os meus textos sem ter que seguir uma ordem específica, uma vez que este é inerente em si mesmo, ou nem sequer mesmo pensar em suas existencias físicas, pudessem continuar esta saga que chamamos Memória de Vida.

É quase um anseio para a humanidade ter grandes bibliotecas, arquivos, onde guardar grandes obras... para mim é um belo trabalho, mesmo a vida mais insosa ou a história mais simples e absurda, o que a faz brilhar é sua autencidade, a autobiografia, narração de histórias que vemos ao nosso lado ou que desembocam nas nossas... marcos do passado, presente ou do futuro, que marca o que vivemos... Eu os convido a narrar, após a minha história, as suas histórias de vida e, portanto, trazer lá do infinito para a matéria uma grande parte da minha casa, o grão, lembrando com nossas proprias palavras o que fazemos e o que desejaríamos fazer neste mundo, a fim de redescobrir e reviver estes tratados, perdidos com o passar do tempo, e reencontrarmos nosso verdadeiro caminho.

Nunca ninguém poderia guiá-los além de voces mesmos, eu simplesmente coloco uma dessas peças da grande História, que é interminável, infinita e regenerativa. Devemos estar conscientes, sabermos quem somos, porque nascemos e onde queremos ir, e só escrevendo, cantando, ou pintando, somos capazes de nos rever. Somos todos trabalhadores da Luz, pois somos luz, somos Um com o Todo sem intermediários, a não ser nosso Ser Supremo e não nossas proprias negações. Façamos luz no mundo, trazendo para a memória e plasmando o que nos aferra ou ansiamos na matéria, campos da lembrança a fim de criar um caminho comum, um grande livro que é o de todos.

Por poucas palavras que possuam, porromances que sejam, ou por sagas que tenham aderido, tudo isso não é nada mais do que nossas janelas e portas para a realidade, nossa realidade interior, que irá nos libertar e nos deixar Ser... Essa, e nenhuma outra, é a maneira na qual encontraremos nosso atual caminho e nos permitiremos ascender... Viemos criar um novo mundo, almas irmãs, e por mais confusos que nos encontremos, por mais sem graça que seja nossa história ou ação, não devemos deixar de acreditar em nós e seguir em frente; juntos iremos criar esta história... Voces, todos nós juntos, criamos esta grande História, que em cada inspirar e expirar do Grande Ser Universal, continuará eternamente... sempre...

Ghan Arsayan

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