quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vajrayana, também chamado de Mantrayana, Tantrayana

budismo esotérico ou tântrico e Veículo do Diamante, é um conjunto de escolas budistas esotéricas. O nome vem do sânscrito e significa "veículo de diamante". O vajrayana é às vezes considerado como uma extensão do budismo maaiana (mahayana), uma vez que ele difere primariamente na adoção de técnicas adicionais (sânscrito: upāya, "meios hábeis"), ao invés de propor uma filosofia distintamente diferente. O mahayana possuiria assim dois caminhos de prática: o sutrayana, que prega o aperfeiçoamento através do acúmulo de mérito e sabedoria gradualmente, e o vajrayāna, que prega a tomada do fruto - a iluminação - como o caminho.

Estátua Vajrasattva (Buda da purificação), Tibete.
Segundo a tradição budista vajrayana, os meios hábeis cultivados no vajrayana permitem ao praticante um caminho acelerado a iluminação. Para isto faz-se uso de técnicas tantra, que auxiliam o desenvolvimento espiritual e a transmissão esotérica. Nesta suposta aceleração reside uma das diferenças entre a escola vajrayana e outras escolas do budismo. O budismo vajrayana, entretanto, não propõe que as escolas teravada ou maaiana estejam erradas, ao contrário, considera estas práticas como fundamentos essenciais sobre os quais a prática vajrayana pode ser construída.

Apesar de haver evidência da presença da tradição Vajrayana no sudeste asiático, bem como em outros lugares, atualmente estes ensinamentos existem apenas na forma de duas sub-escolas:
As escolas do budismo tibetano, baseadas nas trasmissões das escrituras indianas para o platô tibetano, são achadas tradicionalmente no Tibete, Butão, norte da Índia, Nepal, Mongólia, partes da China e algumas repúblicas da antiga União Soviética, tais como o Oblast de Amur, Buriácia, Oblast de Chita, Tuva, Calmúquia e o Krai de Khabarovsk.

A tradição Mikkyo só é encontrada em sua inteireza atualmente no Japão. Com a dominação japonesa sobre o leste asiático durante a primeira mentade do século XX. Durante a dinastia Tang a tradição Mikkyo foi quase que completamente exterminada da China continental, sobrando apenas resquícios em alguns rituais, que acabaram sendo incorporados pelas tradições Chan e Terra Pura. Mais recentemente, alguns monastérios na China, Taiwan e Singapura acabaram recebendo influência do Mikkyo japonês, devido à dominação imperialista japonesa do leste asiático. Apesar de similares em conceito com as práticas do Vajrayana tibetano, os rituais Mikkyo descendem de aspectos mais antigos da tradição tântrica do budismo indiano, diferindo significativamente em termos de linhagem, estética etc. Os textos primários da tradição Mikkyo são o Mahavairochana Sutra e o Vajrasekhara sutra, cuja importância na tradição tibetana é inexpressiva.

O budismo Mikkyo foi introduzido no Japão por Kukai, um monge japonês que estudou na China no século IX, durante a dinastia Tang, trazendo consigo as tradições completas do Mikkyo. Ao retornar para o Japão estabelece a escola Shingon. A escola Shingon é um dos pouquíssimos ramos do budismo que ainda preserva o uso da escrita sânscrita siddham.

Apesar da escola Tendai do budismo japonês também possuir uma transmissão dos ensinamentos Mikkyo, estes são um tanto periféricos, uma vez que esta escola prima pela pluralidade na sua abordagem da práxis budista, não sendo assim uma escola exclusivamente esotérica. Na realidade, o centro da doutrina desta escola está nos ensinamentos do Sutra do Lótus

O fundador da escola Tendai, Saicho, foi à China na mesma época que Kukai. Apesar de ter recebido alguns poucos ensinamentos esotéricos, não chegou a receber instruções na tradição completa, procurando mais tarde recebê-las de Kukai. Apesar de terem uma relação inicialmente cordial, eles acabariam por cortar relações devido à atritos. Mais tarde, o monge Tendai Ennin viajaria para a China para receber instruções completas na tradição Mikkyo, finalmente incorporando-os ao corpo doutrinário de sua escola.

Um tulku é, no budismo tibetano, um lama que conseguiu, através da phowa e da siddhi, escolher conscientemente ser reencarnado, às vezes por mais de uma vez, de maneira a continuar seu juramento de bodisátva. O mais famoso exemplo é a linhagem dos Dalai Lamas; o atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, é tido como a décima-quarta encarnação, o primeiro sendo Gendun Drup (1391–1474). Na tradição vajrayana acredita-se que a linhagem mais antiga de tulkus seja a dos Karmapas (líderes espirituais da linhagem de Karma Kagyu), que se iniciou com Düsum Khyenpa (1110-1193).

O termo tülku é a tradução para o tibetano do termo filosófico nirmanakaya. De acordo com o sistema filosófico do trikaya, ou "três corpos do Buda", o nirmanakaya é o "corpo" do Buda, no sentido de "corpomente" (sânscrito: nāmarūpa). Assim, a pessoa de Sidarta Gautama, o Buda histórico, é um exemplo de nirmanakaya. No contexto do budismo tibetano, o tülku costuma se referir à existência corpórea dos mestres iluminados budistas em geral.

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